A osteocondrite dissecante é uma enfermidade que atinge, em crianças, adolescentes e jovens adultos, o osso subcondral do joelho. Pode aparecer também em indivíduos mais velhos, mas costuma dar indícios por volta da 2ª e da 3ª décadas de vida.
O problema tende a provocar dor. Além disso, sintomas como formação de edema, bloqueios articulares e limitação de movimento também podem ocorrer. Se não for tratado corretamente, pode levar a alterações degenerativas precoces.
Não se sabe ainda quais são as razões para o desenvolvimento dessa doença. Acredita-se, no entanto, que a herança genética possa desempenhar papel significativo no surgimento do quadro.
Atividades físicas de grande impacto na região dos joelhos também têm relação com o desenvolvimento da osteocondrite.
E os sintomas?
Conforme dito acima, o problema pode causar inchaço, dor e dificuldade de mobilidade. Isso em casos iniciais, que também podem ser assintomáticos.
Com o passar do tempo, o inchaço torna-se permanente. Como resultado, estalos frequentes, perda de força e equilíbrio, dores, rigidez dos joelhos e até dificuldade de locomoção podem acontecer.
Sem o tratamento adequado, pode haver separação de fragmentos da cartilagem e dos ossos do joelho.
Classificação da osteocondrite dissecante
De acordo com a International Cartilage Repair Society (ICRS), pode-se classificar a osteocondrite em 4 graus, de acordo com a gravidade. São eles:
- grau 1: lesão estável. A cartilagem já mostra sinais de amolecimento. É um bom momento para começar o tratamento, uma vez que há maior chance de adquirir resultados satisfatórios, especialmente em pacientes mais jovens;
- grau 2: lesão estável, porém a cartilagem apresenta indícios de descontinuidade. Se não for tratada com certa urgência, pode tornar-se instável e mais difícil de ser tratada;
- grau 3: lesão instável, mas ainda sem deslocamento. O paciente possivelmente já apresenta, além de dores, problemas de locomoção;
- grau 4: lesão instável, deslocada. Pode levar mais tempo para ser tratada e, em diversos casos, é cuidada apenas com intervenção cirúrgica.
Abaixo, falaremos mais sobre os tratamentos.
Osteocondrite dissecante: diagnóstico e tratamento
Além de avaliar o quadro clínico e informar-se sobre a presença de lesões e doenças na família, é natural que o médico especialista peça ao paciente alguns exames de imagem. Radiografia, ressonância magnética e tomografia são alguns dos procedimentos mais solicitados.
Após o diagnóstico, pode-se optar pelo tratamento conservador ou pelo tratamento cirúrgico.
Tratamento conservador
Como o próprio nome sugere, tem como objetivo promover a melhora do quadro clínico sem a necessidade de intervenção cirúrgica.
Nesse caso, o tratamento caracteriza-se pela cicatrização do osso subcondral (que fica abaixo da cartilagem), com o intuito de impedir que haja lesões severas e comprometimento da cartilagem.
Como na maior parte das doenças, o diagnóstico precoce é o maior aliado do tratamento: se o paciente é jovem, saudável e possui lesões estáveis, a tendência é que os medicamentos e intervenções funcionem melhor e mais rápido.
Tratamento cirúrgico
Se o tratamento tradicional não surtir o efeito desejado e promover, além de melhora dos sintomas, a cicatrização da lesão existente, pode-se optar pela cirurgia.
Durante esse procedimento, os fragmentos instáveis são estabilizados. A depender do caso, pode-se utilizar pinos e similares. O reparo da cartilagem também é uma opção no tratamento da osteocondrite dissecante.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como ortopedista em São Luís!