Vista por trás, a coluna vertebral deve estar em linha reta e alinhada. Caso apresente curvas nas laterais, isso pode caracterizar um caso de escoliose. A torção da coluna pode surgir por problemas congênitos ou adquiridos e aumentar sua gravidade com o tempo, sendo necessário um tratamento imediato para evitar sua evolução.
A escoliose pode apresentar uma curva simples ou uma curva dupla em formato de S, com graus que vão desde o tratamento fisioterápico até o cirúrgico. É comum surgir um pouco antes da puberdade, mais em meninas que em meninos e com histórico familiar. Apesar disso, a escoliose também pode surgir em outros perfis.
Causas e sintomas da escoliose
A coluna é composta por 33 vértebras da base do crânio até a pelve, sendo 24 móveis e as demais interligadas para formar ossos que servem como apoio e sustentação de toda a espinha. As móveis são conectadas por músculos que lhe proporcionam estabilidade, ligamentos e articulações semimóveis que separam umas das outras, chamadas de disco intervertebral. Esses discos possuem anéis protetores, com estrutura fibrosa e resistente, que amortecem os movimentos e evitam o desgaste do atrito.
Na composição das vértebras, o interior desses discos possui orifícios contínuos como se fossem túneis, por onde passam os nervos e a medula espinhal. Esses nervos fazem a conexão entre o cérebro e todos os movimentos do corpo, por meio dos impulsos nervosos.
Por ser o eixo central do corpo humano, responsável pelos seus movimentos e sustentação, assim como também onde são fixadas as costelas e toda a estrutura torácica, é preciso manter a coluna vertebral saudável. Para isso, a postura ereta é fundamental, assim como evitar os atritos e a sobrecarga.
A estrutura normal da coluna vertebral é facilmente identificada. Ao ser visualizada de frente, ela é reta, mas de lado forma uma espécie de S, com uma curvatura fisiológica que se estende pelo pescoço, tórax, cintura e bacia. É uma postura espontânea e adaptada pelo homem ao longo dos séculos, para que possa realizar suas atividades naturais. Mas quando essa formação é alterada, constitui-se uma patologia denominada de acordo com o tipo de curva que provoca.
A escoliose não é identificada quando visualizada na lateral da coluna, mas sim pela frente. No lugar de uma linha reta, ela apresenta um desenho que pode ter somente uma curva quando formar um S, que pode ou não torcer as articulações. Cintura desigual, uma perna aparentemente maior que a outra, dores nas costas e ombros diferentes são os principais sintomas.
A curva pode ser da esquerda para direita ou vice-versa, em graus que vão desde leve curvatura até grave e que pode impedir o paciente de se locomover. A principal fase para seu surgimento é o início da juventude, decorrente de circunstâncias típicas dessa fase, como as alterações hormonais e a rapidez imediata do crescimento físico, aliado à prática de atividades físicas de forma equivocada e ao frequente excesso de peso em bolsas e mochilas só de um lado.
A maior parte das causas é idiopática, mas quando é possível sua identificação, a origem pode ser genética, congênita e hereditária. Hábitos posturais, alterações ósseas causadas por outras doenças ou traumas também podem causar a escoliose.
Diagnóstico e tratamento
Quando se está diante do espelho, com postura ereta e um dos ombros parece estar mais alto que o outro, pode ser indicação de escoliose. Nem sempre o olhar leigo identifica as nuances iniciais da doença, mas, caso se note uma mínima diferença especialmente em crianças e adolescência, deve-se procurar orientação médica.
Antes do diagnóstico, o médico fará uma avaliação clínica e requisitará exames laboratoriais e radiológicos para identificar a dimensão do problema, assim como neurológicos e de reflexos. O tratamento será indicado com base nos resultados dos exames.
Quanto mais acentuada a curvatura, pior será o desempenho físico do paciente e mais difícil o tratamento. Quando ainda está em estágio inicial, uma correção postural pode ajudar a voltar ao estado normal.
Quando a curvatura se agrava, principalmente em crianças, pode ser indicado o uso de coletes. Com diversos modelos específicos para cada tipo de problema, essas peças retardam a progressão da curva.
Pode ser indicado o uso de palmilhas, fisioterapia, tratamentos alternativos como acupuntura e massagens ou, em casos mais graves, cirurgia. O procedimento cirúrgico corrige a curva até o máximo possível, fixando os ossos no lugar adequado com hastes de metal.
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(CRM 5269, RQE 954)
Ortopedista e traumatologista renomado, alia duas décadas de experiência à formação de excelência. Membro da AAOS e SBTO, lidera o serviço de ortopedia na UPA-MA e é preceptor no HTO-MA. Suas publicações na Revista Brasileira de Ortopedia e expertise em trauma ortopédico o tornam referência no MA.
Comprometido com a inovação e o cuidado personalizado, o Dr. Rios transforma vidas através da medicina ortopédica de ponta.