O cisto de Tarlov é assim chamado em alusão a TIzadores Tarlov, primeiro pesquisador a documentar essa doença, que afeta, ao mesmo tempo, o sistema estrutural e o sistema nervoso.
Os cistos de Tarlov são pequenas bolsas dotadas de paredes finas e fibrosas. A parede interna é formada de tecido aracnoide. A parede externa é formada por tecido conectivo vascularizado, povoada por grande quantidade de fibras nervosas, que têm aparência de fios, formando um emaranhado na superfície.
Há uma série de teses acerca do que desencadeia essa doença, mas nenhuma comprovada. Há uma associação a algumas outras doenças, como a síndrome de Marfan e a Síndrome de Loeys-Dietz. Há suspeitas, também, de que pode ser deflagrada por processos traumáticos, em decorrência da perda da drenagem venosa. Outra tese é que poderia ser decorrente da inflamação das raízes nervosas, como consequência da retenção de líquido nos tecidos.
É mais comum nas mulheres. É possível que o indivíduo desenvolva apenas um ou vários cistos, sendo a ocorrência maior na coluna sacral, com maior incidência entre as vértebras S1 e S5, podendo aparecer, bem mais raramente, em outras partes da coluna vertebral.
Também conhecidos como cistos perineurais, contêm em seu interior um líquido, chamado líquido cefalorraquidiano. A possibilidade de crescimento é bastante ampla, de modo que podem atingir tamanho tal, que há o risco de comprimir as estruturas abdominais, causando uma série de sintomas nada agradáveis.
Sintomas do cisto de tarlov
Na maior parte dos casos, o cisto de tarlov é assintomático. Apenas em 20% deles surgem sintomas, a maioria decorrente dos danos infringidos às funções nervosas.
A dor nas costas, na base da coluna, acompanhada de formigamento ou dormência, é uma característica. Esses sinais se estendem às pernas, inclusive a dor.
O indivíduo pode, além da dor nas pernas, ter dificuldades de caminhar, além da perda de sensibilidade nas pernas e na região afetada, podendo ocorrer distúrbios no esfíncter, com risco até de perda de fezes.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem, normalmente raio-x ou ressonância magnética. Em alguns casos, o médico pode solicitar tomografia computadorizada e eletroneuromiografia, um exame específico para a investigação do comprometimento da raiz nervosa, de modo a avaliar a necessidade de intervenção cirúrgica.
Para controlar os sintomas, a indicação é o uso de analgésicos, relaxantes musculares e antidepressivos. Pode ser realizada, também, a analgesia peridural.
O principal, porém, é o trabalho de fisioterapia, que deve ser feito diariamente, com utilização de aparelhos para dor, aplicação de calor e sessões de alongamento para as costas e para as pernas.
A cirurgia para o cisto de tarlov raramente é indicada, sobretudo pela fragilidade das suas paredes. Porém, quando o tamanho do cisto ultrapassa 1,5 cm, trazendo alterações ósseas e sintomas mais dramáticos, a intervenção cirúrgica é indicada.
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(CRM 5269, RQE 954)
Ortopedista e traumatologista renomado, alia duas décadas de experiência à formação de excelência. Membro da AAOS e SBTO, lidera o serviço de ortopedia na UPA-MA e é preceptor no HTO-MA. Suas publicações na Revista Brasileira de Ortopedia e expertise em trauma ortopédico o tornam referência no MA.
Comprometido com a inovação e o cuidado personalizado, o Dr. Rios transforma vidas através da medicina ortopédica de ponta.