Existem doenças das quais se tem registro desde a Antiguidade e que continuam a fazer vítimas ao redor do mundo. É o caso do Mal de Pott, uma doença que já existia no antigo Egito, na Costa do Pacífico, na América do Sul e na Europa da Idade de Ferro.

Conhecida como espondilite tuberculosa, trata-se de uma inflamação da coluna vertebral causada pelo bacilo da tuberculose (daí seu nome). Sua primeira descrição clássica foi feita em 1779, por Percivall Pott. Desde os avanços feitos em saúde pública e das drogas para tratar a tuberculose, a doença praticamente se extinguiu em países desenvolvidos, mas ainda persiste em países em desenvolvimento.

Sintomas

Os sintomas variam muito de acordo com local afetado, o estágio em que a doença se encontra e se há ou não complicações. De maneira geral, incluem perda de peso, febre e dor nas costas.

Com o avanço da doença, ocorre a destruição óssea progressiva das vértebras, podendo levar ao colapso vertebral e à cifose.

Como o canal medular (pelo qual passa a medula espinhal) pode ser estreitado devido à doença, pode ocorrer anormalidades neurológicas, algo que se manifesta em cerca de 50% dos casos. Dentre elas estão dor da raiz nervosa, alterações de sensibilidade, paraplegia e paralisia.

Quando a tuberculose atinge a espinha cervical, as complicações neurológicas são mais graves, mas esses casos correspondem apenas a uma pequena porcentagem dos acometidos.

Causas

A doença é causada pela tuberculose vertebral, que ocorre pela inalação do bacilo de Koch, que entra no organismo pelo sangue. Com sua passagem pelo corpo, se aloja na coluna vertebral, dando início ao processo de destruição óssea e, quando não tratada, da destruição das demais vértebras e articulações da coluna.

Tratamento

O tratamento da doença é longo e inicialmente feito por meio da antibioticoterapia, tratamento utilizado para a tuberculose pulmonar. Em casos em que o déficit neurológico é leve, essa forma de tratamento é efetiva em 85% a 95% dos casos e costuma durar de quatro a seis meses, podendo se estender por até um ano.

No entanto, em casos em que as consequências neurológicas da doença são mais graves, com ausência de resposta à antibioticoterapia, instabilidade espinhal, grandes abscessos e deformidade severa, a cirurgia é indicada. No entanto, somente uma avaliação minuciosa de cada caso por um um neurologista qualificado poderá indicar qual o melhor tratamento para o Mal de Pott.

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