Quem nunca ouviu a expressão “dor de crescimento”, especialmente ao reclamar para os pais de dores nas pernas durante a infância, que atire a primeira pedra. Será que esse problema realmente existe ou não passa de senso comum? Vamos ver e esclarecer alguns mitos e verdades sobre o assunto.
A dor de crescimento existe?
Sim. Ela se é denominada Doença de Osgood-Schlatter e ocorre em idade escolar, especialmente entre os 3 e 10 anos de idade. A criança sente dor nas pernas, normalmente logo abaixo dos joelhos, embora possa se estender até a região dos tornozelos.
Os sintomas são causados pelo crescimento?
Mito. A dor de crescimento ganhou esse nome porque, no passado, quando não havia recursos suficientes para pesquisas e estudos, quaisquer dores nos ossos e articulações eram atribuídas ao processo de crescimento. Atualmente, os profissionais normalmente afirmam que esse sintoma está relacionado à fadiga muscular e, por isso, acomete com maior frequência as crianças muito ativas, que correm mais do que andam.
Outro grupo que está mais propenso a sofrer com a chamada dor de crescimento é o das crianças que possuem ligamentos mais elásticos, condição que faz com que o impacto sobre as articulações seja maior, causando o sintoma.
Em resumo, pode-se afirmar que crescer é um fenômeno natural do organismo e não dói.
É preciso procurar um médico ortopedista?
Sim. Embora as dores sejam comuns, especialmente nos dias em que as crianças se exercitam mais, elas não dispensam uma avaliação profissional. Sobretudo se forem frequentes e intensas. É importante descartar a possibilidade de elas serem sintomas de outras doenças, como por exemplo, a artrite infantil, fraturas ou outros problemas mais graves.
É impossível aliviar as dores?
Mito. É verdade que os analgésicos não são muito recomendados nesse tipo de dor, até porque crianças não devem ser medicadas sem que haja necessidade.
Existem outras medidas que os pais podem adotar. Uma delas é massagear a região, com ajuda de um óleo ou creme hidratante, para ajudar a relaxar os músculos e articulações. Colocar uma compressa gelada, por cerca de vinte minutos, também ajuda.
O mais comum é que as dores apareçam no fim do dia e não necessariamente atinjam as duas pernas com a mesma intensidade. Deixar a criança de repouso também é importante.
Podem aparecer sinais de alerta?
Verdade. Esse mesmo tipo de dor pode vir acompanhado de outros sintomas. Nesses casos é ainda mais essencial procurar um médico. Não ignore se aparecerem manchas avermelhadas ou escuras no local, se a criança tiver febre, vômito, diarreia ou perda de apetite.
Também se deve prestar atenção caso surjam dores em outras partes do corpo, inclusive na cabeça.
Todos esses sintomas indicam que, embora a dor seja a mesma que é associada ao crescimento, provavelmente existe alguma outra causa.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como ortopedista em São Luís.
(CRM 5269, RQE 954)
Ortopedista e traumatologista renomado, alia duas décadas de experiência à formação de excelência. Membro da AAOS e SBTO, lidera o serviço de ortopedia na UPA-MA e é preceptor no HTO-MA. Suas publicações na Revista Brasileira de Ortopedia e expertise em trauma ortopédico o tornam referência no MA.
Comprometido com a inovação e o cuidado personalizado, o Dr. Rios transforma vidas através da medicina ortopédica de ponta.