Você acorda e, a partir desse momento, realiza uma série de atividades de maneira automática. Abre os olhos, levanta-se, vai ao banheiro, escova os dentes, pisca e anda. Já reparou que muitas de nossas ações são executadas sem que tenhamos a necessidade de pensar sobre elas de antemão? É o caso da pisada, por exemplo. O problema é que, neste caso, não atentar à forma correta de fazê-lo pode desencadear dor no joelho. 

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Qual é a sua pisada

O jeito que você pisa não é igual à maneira como seu amigo pisa. O modo é determinado de acordo com as características anatômicas de cada indivíduo, como, por exemplo, o tipo de pé e a flexibilidade nas articulações. 

Existem, basicamente, três formas: pronada (ocorre quando o apoio do pé no chão é feito primeiro com a parte interna), supinada (é o famoso “pisar para fora”) e neutra (ocorre quando o pé atinge o solo de maneira uniforme, com o peso distribuído de modo praticamente igual por toda a planta). 

Identificar qual é sua pisada é importante para você escolher o calçado adequado, evitando, assim, aparecimento de dor no joelho. Isso se dá por meio de uma avaliação ortopédica. Se preferir, pode recorrer a uma avaliação baropodométrica, que, inclusive, algumas lojas especializadas disponibilizam. 

É bem simples: uma esteira com sensor identifica, a partir do impacto do pé no equipamento, qual é o seu entre os diferentes tipos de pisada. Outro jeito bem simples é, em casa mesmo, pegar um jornal, molhar o pé e pisar sobre ele para observar a marca.

Qual é o calçado ideal

Se a pisada é neutra, não existem muitas restrições no momento de escolher o melhor sapato, desde que tenha amortecimento mais leve e solado semicurvo. Já aqueles que pisam de maneira supinada necessitam de um reforço no amortecimento, como em gel e em molas, controle de estabilidade e solado curvo. O modelo direcionado àqueles com pisada pronada (realizada por 50% da população mundial) deve ser bem amortecido, com controle de estabilidade leve e solado plano ou semicurvo.

Complicações e dor no joelho

Se você pisar de maneira irregular, pode ter certeza: seu corpo logo começará a “reclamar”. Cada público sentirá os efeitos em partes diferentes. Quem tem o pé pronado pode esbarrar com desvios de patela (o osso da parte frontal do joelho) e instabilidades no tornozelo. Essas pessoas desenvolvem com muita frequência dor no joelho, na canela, esporão no calcanhar, fascite plantar, problemas lombares e no quadril, e arcos fracos e dolorosos.

Se sua pisada é supinada, as complicações que podem atingi-lo incluem lesões constantes no tornozelo, frequente tensão dos músculos que ficam logo abaixo do joelho, além de retração na fáscia plantar. Isso tudo é sinônimo de dor e inflamação, portanto, muito incômodo. 

O corpo humano consegue surpreender até na sola do pé. E, inteligente que ele é, sempre comunica que a coisa não vai bem. Se você suspeita de problemas com a pisada e percebeu sintomas como dor no joelho e baixo rendimento físico, busque ajuda de um especialista e, ao abastecer o guarda-roupa, escolha modelos de calçado mais adequados à anatomia de seu pé. 

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como ortopedista em São Luís!