O pé torto congênito engloba uma variedade de anormalidades no membro e/ou tornozelos, geralmente presentes no nascimento do bebê. Nesse caso, o pé da criança é torto, fora de forma ou de posição. Quando há essa alteração, os tecidos que conectam os músculos ao osso (tendões) são mais curtos que o normal. O defeito congênito ― bastante comum ― geralmente é um problema isolado para um recém-nascido saudável.
O pé torto na criança pode ser leve ou severo. Cerca de metade das crianças com pé torto tem o problema nos dois pés. Se o seu filho tiver pé torto, será mais difícil para ele andar normalmente. Por isso, os médicos geralmente recomendam o tratamento logo após o nascimento.
A frequência do pé torto congênito é de aproximadamente um caso em cada 1.240 nascidos vivos. Nas crianças com a condição, há um desequilíbrio sutil nas forças musculares da perna, resultando na deformidade do membro em questão. Muitas vezes, o pé é “em forma de rim”. Em cerca de 50% dos casos, ambos os pés são afetados pelo problema.
É mais provável que o médico diagnostique o pé torto logo após o nascimento do bebê, com base na aparência. O profissional pode aconselhar os pais sobre o tratamento mais adequado, ou encaminhar o paciente para um médico especialista em problemas ósseos e musculares (ortopedista pediátrico).
Sintomas
A doença apresenta algumas características:
- a parte superior do pé é geralmente torcida para baixo e para dentro, aumentando o arco e girando o calcanhar para dentro;
- a deformidade pode ficar tão severa que o pé parece estar de cabeça para baixo;
- os músculos da panturrilha da perna afetada são geralmente subdesenvolvidos;
- o pé afetado pode ser até 1/2 polegada (cerca de 1 centímetro) mais curto que o outro.
Causas
A causa do pé torto é desconhecida (idiopática), mas pode ser uma combinação de genética e ambiente. Embora não haja causa conhecida para o pé torto congênito, alguns médicos acreditam que o uso de drogas ou álcool durante a gravidez ou a presença de outras doenças na mãe podem causar a deformidade no bebê.
Outros fatores de risco que aumentam as chances de a criança vir a ter o problema:
História de família
Se um dos pais ou os outros filhos tiverem pé torto, é mais provável que o bebê também tenha.
Condições congênitas
Em alguns casos, o pé torto pode estar associado a outras anormalidades do esqueleto que estão presentes no nascimento, como a espinha bífida. Essa alteração é um defeito congênito grave que ocorre quando o tecido ao redor da medula espinhal, durante o desenvolvimento de um feto, não se fecha adequadamente.
Meio ambiente
Se uma mulher com história familiar de pé torto fumar durante a gravidez, o risco de o bebê ter a doença pode ser o dobro, em comparação ao risco para filhos de gestantes não fumantes. Além disso, contrair uma infecção ou usar drogas recreativas durante a gravidez também pode aumentar o risco.
Ausência de líquido amniótico suficiente durante a gravidez
Muito pouco fluido envolvendo o bebê no útero pode aumentar o risco de pé torto congênito.
Complicações do pé torto congênito
Apesar da aparência diferente, o pé torto em si não causa nenhum desconforto ou dor até que a criança comece a aprender a ficar de pé e a andar. Se o pé torto for tratado, o indivíduo provavelmente andará razoavelmente normal.
Algumas dificuldades podem ser geradas, como:
- movimento: a mobilidade pode ser ligeiramente limitada;
- tamanho de sapato: o pé afetado pode ter numeração de 1 a 1,5 menor que a do pé não afetado;
- tamanho dos músculos: os músculos da panturrilha do lado afetado podem sempre ser menores que os do outro lado.
No entanto, se não for tratado, o pé torto causa problemas mais sérios. Esses podem incluir:
- alteração nos ossos: a criança provavelmente desenvolverá artrite;
- baixa autoestima: a aparência incomum do pé pode tornar a imagem do corpo da criança uma preocupação durante a adolescência;
- incapacidade de andar normalmente: a torção do tornozelo pode não permitir que a criança ande apoiando a sola do pé. Para compensar, ele ou ela podem andar sobre a bola do pé, o exterior do pé ou até mesmo o topo do pé em casos graves;
- problemas decorrentes de ajustes de marcha: estes podem impedir o crescimento natural dos músculos da panturrilha, causar grandes feridas ou calosidades no pé e resultar em uma marcha desajeitada.
Tratamento
Os médicos geralmente são capazes de tratar o pé torto com sucesso sem cirurgia, embora às vezes as crianças precisem de uma cirurgia mais tarde. Os riscos da cirurgia do pé torto congênito incluem lesão nervosa, infecção, sangramento e rigidez.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como ortopedista em São Luís!
(CRM 5269, RQE 954)
Ortopedista e traumatologista renomado, alia duas décadas de experiência à formação de excelência. Membro da AAOS e SBTO, lidera o serviço de ortopedia na UPA-MA e é preceptor no HTO-MA. Suas publicações na Revista Brasileira de Ortopedia e expertise em trauma ortopédico o tornam referência no MA.
Comprometido com a inovação e o cuidado personalizado, o Dr. Rios transforma vidas através da medicina ortopédica de ponta.