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    Equinismo na criança: diagnóstico e tratamento

    No mundo, o equinismo na criança atinge mais de 100.000 recém-nascidos por ano. As principais causas do pé equino são o acidente vascular cerebral (AVC) no adulto e a paralisia cerebral na criança. O quadro é uma malformação congênita, esquelética e articular que força a extremidade do membro inferior a uma determinada atitude. Mais em detalhe, a parte externa da sola do pé tende a se aproximar da linha média do corpo, virando o membro para dentro, enquanto a ponta tende a apontar para baixo.

    Também chamado de pé torto, o pé equino afeta especificamente os ossos e articulações do arco plantar, modificando a forma dele. Em particular, nas pessoas afetadas, a parte anterior do pé tende a ser virada para baixo. Muitos pacientes também têm a parte de trás do pé não alinhada com a perna.

    O equinismo predispõe a pessoa a vários problemas e pode até incapacitá-la, uma vez que a superfície de suporte reduzida provoca sobrecarga no antepé e no calcanhar. Essa condição pode resultar em:

    • formação de calosidade;
    • retração dos tendões;
    • varo do retropé;
    • instabilidade do tornozelo;
    • má circulação periférica;
    • consequências na perna (em particular, na tíbia e na fíbula ) e nos tecidos moles (músculos e tendões).

    Outros sintomas que são frequentemente associados com o equinismo incluem sensibilidade reduzida, dor e alterações na pele, como ulceração e formação de bolhas .

    Em alguns casos, o pé equino está ligado a importantes distúrbios, como:

    • espinha bífida;
    • paralisia cerebral infantil;
    • distrofia muscular;
    • artrogripose;
    • displasia congênita do quadril.

    No entanto, o pé equino também pode ser idiopático (ou seja, há ausência de causas conhecidas).

    Fatores de risco para o equinismo na criança

    As causas que determinam o desenvolvimento desse quadro ainda não foram identificadas com exatidão. No entanto, é provável que fatores genéticos, neurológicos e musculares que podem interferir durante a vida fetal possam estar envolvidos no aparecimento dessa malformação.

    Além disso, o pé equino reconhece certa predisposição hereditária. Essa patologia ocorre, de fato, com certa frequência nas famílias em que já houve casos de malformações congênitas. A alteração é frequentemente bilateral e é mais comum em homens.

    A doença é facilmente reconhecível e, quando é diagnosticada cedo, pode ser corrigida de forma eficaz. Geralmente, a observação é suficiente para diagnosticar o pé equino, pois a deformidade e as consequentes alterações já são evidentes desde o nascimento. O médico pode prosseguir com as radiografias do pé e tornozelo, para ter uma indicação do grau de deformidade e para avaliar as mudanças que ocorreram no nível do membro.

    A avaliação especializada também pode ser usada para o exame baropodométrico, que permite a distribuição de cargas no pé e verificar o grau de comprometimento, a ser medido em uma posição estática e dinâmica.

    Duas causas ortopédicas podem estar relacionadas de forma mais comumente a essa deformidade. A primeira é a hipóxia perinatal, que leva a um atraso do desenvolvimento e a uma marcha em equino. A segunda, e mais comum, é o encurtamento congênito do tendão de aquiles (ECTA). Algumas crianças têm um músculo congenitamente curto na panturrilha ou no tendão de aquiles, reduzindo a capacidade dela de colocar o calcanhar no chão.

    Tratamento

    O distúrbio pode ser tratado com gesso e órteses que permitam ao paciente descansar completamente o pé no chão, corrigindo o equinismo. Em casos graves, no entanto, é necessário recorrer à cirurgia.

    Após o diagnóstico, o  tratamento consiste em três fases, que variam de acordo com a idade e o grau de encurtamento do tendão. Quanto menor a idade e mais frouxo é o tendão, maior a chance de o tratamento conservador dar bons resultados. Esse tratamento consiste na fisioterapia e na aplicação da toxina botulínica no músculo encurtado.

    O tratamento funcional inclui uma reeducação cotidiana realizada por fisioterapeutas especializados, bem como a utilização de talas e ataduras para manter o pé na posição corrigida. Esse tratamento deve ser realizado durante cerca de três anos.

    Cirurgia

    Entretanto, quanto maior a criança e maior a rigidez articular, maior a probabilidade de o quadro necessitar de tratamento cirúrgico. Não há uma idade ideal, depende dos fatores relacionados. A cirurgia consiste no alongamento cirúrgico do tendão e em uma imobilização de 4 a 6 semanas, seguida de tratamento fisioterápico.

    O tratamento cirúrgico é, muitas vezes, necessário para tratar o equinismo congênito no caso de insucesso do tratamento por gesso ou tala. Esse procedimento pode ser realizado a partir dos 8 meses de idade. Ele consiste em alongar as estruturas retraídas que impedem a correção da deformação (ligamentos, tendões, etc.).

    Apesar da eficácia desses tratamentos, é impossível evitar alguns defeitos residuais do equinismo na criança, por exemplo:

    • pé de dimensão menor em comparação ao outro(1, 2 ou 3 números de diferença);
    • panturrilha mais fina do lado do pé afetado;
    • fraqueza do músculo da panturrilha.

     

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