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  • Mielomeningocele: o que é e como tratar?

    Mielomeningocele: o que é e como tratar?

    Você já ouviu falar em espinha bífida? A mielomeningocele é o tipo mais grave dessa condição, que ocorre ainda durante a gestação do bebê. O problema é caracterizado pela má formação da estrutura óssea da criança.

    Quer conhecer mais sobre o problema? Basta continuar a leitura deste post. Nas próximas linhas iremos apresentar as informações mais relevantes sobre o assunto.

    O que é mielomeningocele?

    Trata-se de uma malformação congênita da coluna vertebral, que ocorre quando as meninges, a medula e as raízes nervosas ficam expostas. Também conhecida como espinha bífida aberta, surge entre o 18º e o 21º dia de gestação.

    Ainda, a mielomeningocele é considerada o defeito mais comum do tubo neural, sendo diagnosticado em 10 de cada 1000 nascimentos.

    O que é o tubo neural?

    Trata-se da estrutura embrionária responsável pela formação do cérebro e da medula espinhal, durante a formação do feto. A partir do tubo neural é que se originam as três principais áreas do cérebro: rombencéfalo, mesencéfalo e prosencéfalo.

    Assim, esses três elementos dão origem às diferentes estruturas do cérebro, tais como hemisférios cerebrais, tálamo e hipotálamo. O tubo neural representa o início do processo de formação cerebral e, por isso, ele é tão importante.

    Quais são as causas da mielomeningocele?

    Até o presente momento, não há uma comprovação do que causa o defeito no tubo neural. Contudo, as investigações apontam que o fator genético tem influência no quadro, principalmente quando os pais já tiveram um filho com a mesma condição.

    Da mesma forma, a deficiência de ácido fólico na dieta da mãe, durante a gravidez, também desempenha um papel importante na malformação das estruturas do cérebro.

    Além disso, os seguintes fatores de risco potencializam as chances de desenvolvimento de mielomeningocele:

    • uso de medicamentos para diabetes e anticonvulsivantes;
    • mulheres com o diabetes descompensado;
    • aumento da temperatura corporal nas quatro primeiras semanas da gravidez (hipertermia);
    • obesidade;
    • histórico familiar de espinha bífida;
    • pais de etnia caucasiana ou hispânica.

    Quais são os sintomas do distúrbio?

    Trata-se de uma condição que produz diferentes tipos de sintomas que variam de acordo com a região afetada da coluna. Na maioria dos casos, a criança tem o extravasamento do conteúdo da medula espinhal pela abertura das vértebras, formando uma saliência na coluna.

    Ainda, dependendo da vértebra acometida, o bebê também pode apresentar paralisia parcial ou total dos membros e do tronco. Outra característica comum dessa condição é a hidrocefalia, que ocorre pelo acúmulo do líquido cefalorraquidiano no cérebro.

    Além desses sintomas, o paciente também pode apresentar perda da sensibilidade, da bexiga ou do intestino neurogênico, bem como ter o pé torto, atraso no desenvolvimento cognitivo ou síndrome de Arnold Chiari.

    Existe tratamento?

    Sim. Por ser uma condição diagnosticada logo no nascimento, o tratamento pode ser iniciado imediatamente após o parto e inclui

    • cirurgia de correção de medula espinhal: este procedimento não cura o problema, mas impede que os nervos permaneçam expostos, o que previne um quadro de meningite;
    • cirurgia de derivação: esta intervenção é necessária quando o bebê apresenta hidrocefalia. A cirurgia consiste na drenagem do líquido cefalorraquidiano do cérebro;
    • cirurgia intrauterina: esta técnica consiste em corrigir a malformação ainda no útero da mãe, o que pode reduzir os riscos de uma síndrome de Arnold Chiari. porém, é um procedimento que envolve sérios riscos;
    • uso de órteses: as órteses são indicadas para casos em que a lesão nervosa ocorreu no nível torácico, lombar ou sacral;
    • fisioterapia: esta terapia estimula o desenvolvimento motor da criança e evita a incidência de encurtamento muscular.

    Agora, você já tem todo o conhecimento necessário sobre a mielomeningocele! O prognóstico varia de acordo com o local onde ocorreu a lesão, mas o paciente pode levar uma vida longa e com qualidade.

    Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como ortopedista em São Luís!