As articulações do corpo são essenciais para os movimentos. As cartilagens são responsáveis pelo deslize suave da articulação enquanto andamos ou corremos. Ficam nas extremidades dos ossos e sua superfície é totalmente lisa, proporcionando o menor atrito possível para os movimentos.
Quando são lesionadas, a capacidade de recuperação da cartilagem é baixa, uma vez que há poucos vasos sanguíneos na região. Torna-se necessária intervenção cirúrgica como o transplante de cartilagem.
Atualmente, existem algumas opções de transplantes, de acordo com o tamanho da lesão e a indicação do especialista.
Como funciona o transplante
O transplante homólogo osteocondral a fresco é a opção mais indicada quando há uma lesão na cartilagem, o que sempre representou um desafio para os ortopedistas que buscam alternativas menos invasivas de recuperação. É realizada a transferência de um segmento de cartilagem de um doador de órgãos, com o osso acoplado, que é implantado na área lesionada.
O procedimento permite a substituição de lesões de 3 a 4 cm² e não é necessária a compatibilidade sanguínea entre doador e receptor para realizar o transplante. O único requisito é que o tamanho do joelho de ambas as pessoas seja aproximado. Após o óbito do doador, há até 30 dias disponíveis para o uso da cartilagem.
Diferentemente desse procedimento, o autotransplante ou mosaicoplastia retira um segmento de cartilagem do próprio indivíduo, em um local em que haja baixa solicitação de uso. O segmento é implantado na região lesionada, sendo possível tratar lesões de 1 a 4 cm².
No transplante autólogo de condrócitos (células de cartilagem), utilizam-se células do próprio indivíduo para o transplante. Para isso, uma amostra de cartilagem é retirada em cirurgia para cultivo em laboratório especial, a fim de que haja a sua multiplicação e crescimento. Após isso, é feita uma segunda cirurgia para implantar os condrócitos cultivados novamente, exatamente no local da lesão, que é coberto com uma membrana biológica.
A doação
Para o procedimento que utiliza a cartilagem de doador, a logística do transplante requer o auxílio e a disponibilidade dos bancos de tecidos, que estão localizados em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O processo funciona desta forma: após a consulta com o médico e a indicação da cirurgia, a cartilagem, com todas as especificações, é solicitada ao banco local. É necessário aguardar a disponibilidade de doação e da captação do tecido ideal para o paciente.
Avaliação
Da mesma forma que o transplante de órgãos, os doadores passam por uma bateria de exames investigatórios para detectar possíveis doenças contagiosas, a fim de evitar a transmissão para o receptor. Esse tipo de transplante geralmente não apresenta rejeição, como certamente não acontece com o transplante de cartilagem do próprio indivíduo.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como ortopedista em São Luís.
(CRM 5269, RQE 954)
Ortopedista e traumatologista renomado, alia duas décadas de experiência à formação de excelência. Membro da AAOS e SBTO, lidera o serviço de ortopedia na UPA-MA e é preceptor no HTO-MA. Suas publicações na Revista Brasileira de Ortopedia e expertise em trauma ortopédico o tornam referência no MA.
Comprometido com a inovação e o cuidado personalizado, o Dr. Rios transforma vidas através da medicina ortopédica de ponta.